Apneia, ronco e CPAP. Quando é hora de procurar ajuda?

Num passado muito distante, roncar já foi sinônimo de prosperidade, uma vez que esse fenômeno que ocorre durante o sono era associado à fartura alimentar e ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. E quem podia ter essas coisas, estamos falando de 300 anos de história, eram indivíduos relacionados à nobreza.

Séculos depois, o ronco e a apneia do sono ganharam a atenção e os estudos médicos comprovaram sua relação com a baixa qualidade do sono em particular e da qualidade de vida de forma mais ampla.


Quem sofre com apneia do sono sabe o quanto esses distúrbios são prejudiciais para a vida diária. Isso ocorre tanto no âmbito psicológico, com o aumento da irritabilidade e do cansaço, quanto no âmbito social, com as queixas frequentes do parceiro devido ao volume do ronco e à baixa libido associada a ele.


No entanto, muitas pessoas que roncam não associam isso a outros fatores diretamente relacionados a ele, como cansaço excessivo, irritabilidade, letargia durante o dia e falta de ânimo ao cair da tarde. Se você ronca, verifique se seu despertar é ativo, motivado por uma noite bem dormida e com sono reparador, ou se é lento, difícil, e suas manhãs “demoram para pegar”. Veja anda se ao chegar em casa no fim do dia, você tem dificuldades para novas atividades como uma caminhada, brincar com crianças ou fazer tarefas normais como lavar louça, arrumar a casa ou sair para jantar.


E mesmo sem roncar, se você tem a sensação de que “carregou o mundo nas costas” durante seu dia, e ao acordar a sensação é de que mal dormiu, esses também são indícios que podem estar associados à apneia do sono ou outros distúrbios relacionados ao sono. Vale lembrar que nem todo mundo que tem apneia ronca. Mas na absoluta maioria das vezes, quem ronca tem apneia.


Procure um médico caso esses exemplos se encaixem com a sua rotina. Pode ser um especialista em sono, ou mesmo um cardiologista, um pneumologista, alergista, clínico geral, fonoaudiólogo ou fisioterapeuta. O profissional de saúde saberá orientá-lo a procurar um especialista e seu processo pra ter noites de sono verdadeiramente reparadoras irá iniciar. É um processo bastante rápido entre consulta, exame e tratamento.


Geralmente, o tratamento para a apneia (caso seja esse o diagnóstico – e na maioria das vezes é mesmo) inicia com a realização de um exame indolor, chamado de polissonografia. Com ele, a apneia será identificada, bem como sua gravidade. O exame também fornecerá as bases para o tratamento que virá a seguir. Via de regra, o CPAP é o equipamento recomendado pra tratar a apneia. Estamos falando de uma espécie de ventilador, acoplado a uma máscara, que o paciente usa para dormir. Ele é calibrado para emitir um fluxo de ar adequado às necessidades de cada diagnóstico, garantindo que a respiração durante a noite seja sempre ideal, evitando o ronco, o despertar repetitivo e promovendo que o organismo alcance as fases mais profundas e reparadoras do sono.


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